Quando os ponteiros do relógio marcarem 7h07min nesta quinta-feira (21), estará dada a largada oficial do inverno no Hemisfério Sul. Apesar do aperitivo gelado dos últimos dias, a nova estação não deve surpreender tanto e nem trazer recordes históricos, apontam especialistas. Quem sonha em ver a neve, vai ter que esperar. Não deve ser dessa vez que o fenômeno vai se repetir no Rio Grande do Sul.
Logo de cara, a nova estação já começa com as temperaturas acima dos 10°C na maior parte do Estado. São José dos Ausentes é uma das poucas exceções onde a mínima fica abaixo desse valor: deve fazer 6°C por lá nesta quinta. Já a máxima beira os 30°C: Tramandaí e Santo Augusto podem registrar 27°C. Além do clima mais ameno, o primeiro dia de inverno deve trazer pancadas de chuva para todas as regiões. Contudo, essa sensação de calor dura pouco. Já no fim de semana, as temperaturas entram em declínio novamente.
— Naturalmente, quando o outono é muito frio, o inverno não é tanto. Mas este ano tem um detalhe: todos os prognósticos apontam pouca chuva, então, é sinal que os dias gelados serão mais frequentes — aponta o meteorologista do Grupo RBS, Cléo Kuhn.
Para o meteorologista da Somar Meteorologia Celso Oliveira, pode-se esperar quedas mais acentuadas das temperaturas em julho e agosto, persistindo até a primeira quinzena de setembro, mas nada diferente do registrado até agora.
— Não é um inverno dos mais emocionantes. É uma estação de alternâncias. Quem quiser passar dias de frio na Serra, precisa escolher bem o fim de semana para ver se terão baixas temperaturas — indica Oliveira, acrescentando que agricultores devem acender o alerta, pois há chance de entradas de ondas de frio tardias.
— O produtor precisa ter cautela com o milho e o transplante do fumo no fim do inverno. Até 15 de setembro é bom ficar atento, pois há expectativa de ondas de frio com geada — completa.
Chuva será mais presente no inverno
Seguindo essa tendência de temperaturas condizentes com a estação, será que há chance de nevar por aqui?
— As chances são muito pequenas. Basta ver que a neve está difícil até em Santiago, no Chile — diz Cléo.
Se por um lado o frio não chama tanto a atenção, o que deve ser destaque no inverno são as chuvas mais frequentes em relação à estação anterior. Com o fim do fenômeno La Niña, que deixou o tempo mais seco no sul do país ao longo do outono, inicia-se um período de neutralidade, quando as frentes frias ingressam com mais frequência no Estado, podendo trazer mais chuva. Contudo, as precipitações devem se manter abaixo da média no geral.
— O inverno vai ser mais úmido do que foi o outono. As chuvas devem ser mais intensas e frequentes — prevê Oliveira.
Fora a chuva mais presente, quem também deve ser uma constante no inverno gaúcho é a umidade. Como o ar quente que está descendo para o Sul é proveniente da Amazônia, ele traz umidade e um risco maior de ventanias. O inverno vai até as 22h54min do dia 22 de setembro, quando começa a primavera.
MetSul